Em 1998 e 2002, José Serra editou normas técnicas regulamentando a prática do aborto no SUS. A de 2002 pode ser lida no endereço http://www.providaanapolis.org.br/nta2a.pdf (está em PDF e precisa do programa adobe para abrir).
Na prática, a maior exigência à mulher que queira abortar de graça seria um boletim de ocorrência em que declarasse ser vítima de violência sexual.
Agora eu pergunto: alguém vai investigar para verificar se essa declaração constante no BO é verdadeira? Com certeza não.
Portanto, vítima ou não de estupro, o boletim de ocorrência é a chave, a autorização, para o aborto.
E acreditem: podem abortar até o bebê completar cinco meses.
Vejam o que diz na página 14 (o documento total tem 41):
"DOCUMENTOS E PROCEDIMENTOS OBRIGATÓRIOS
Solicitação da mulher grávida – ou, em caso de incapacidade, de seu representante legal – de interrupção da gravidez, firmada em documento de seu próprio punho, na presença de duas testemunhas – exceto pessoas integrantes da equipe do hospital –, que será anexada ao prontuário médico.
Informação à mulher – ou a seu representante legal –, de que ela poderá ser responsabilizada criminalmente caso as declarações constantes no Boletim de Ocorrência Policial (BOP) forem falsas.
Registro em prontuário médico, e de forma separada, das consultas, da equipe multidisciplinar e da decisão por ela adotada, assim como dos resultados de exames clínicos ou laboratoriais.
Cópia do Boletim de Ocorrência Policial."
Agora o Serra diz que se a Dilma for eleita vai haver uma carnificina no Brasil, mas foi ele quem inaugurou o abatedouro e autorizou a matança. E com o nosso dinheiro.
Gostaria de ressaltar que sou totalmente contra o aborto, não por questão religiosa, mas por convicção pessoal.
Sinceramente, até mais ou menos os vinte anos de idade, eu era completamente indiferente a esta questão.
Mas aí participei de uma palestra sobre o aborto na faculdade, interessei-me sobre o assunto e após tudo que ouvi, li e vi, hoje posso afirmar que sou totalmente contra.
Na própria palestra, que não era anti-aborto, tive acesso a vários fetos vítimas de abortos, conservados em formol, alguns com enormes lesões provocadas pelos mais diversos objetos durante a prática do aborto, o que me deixou bastante chocado.
Mas o que mais me impressionou foi um vídeo de um aborto, realizado nos Estados Unidos. O vídeo mostrava um aborto por aspiração, com um aparelho tipo um aspirador, de um feto com poucas semanas de vida, que ainda não estava formado. Nesse tipo de aborto, o feto, ainda bem pequeno, é sugado aos pedaços. Mas o que realmente me chocou foi a reação do feto, que tinha os seus batimentos cardíacos monitorados. Antes do procedimento, os batimentos estavam normais, mas quando foi introduzido o aspirador, os batimentos cardíacos triplicaram e o feto ficou totalmente agitado, claramente percebendo o perigo. Isso faz quinze anos, mas não esqueci e nunca esquecerei dessa cena.
Infelizmente, no local em que os filhos deveriam estar mais protegidos, ou seja, no ventre materno, é onde mais correm riscos, inclusive de tirarem sua própria vida. E com a ação ou consentimento de quem mais deveria protegê-los: suas próprias mães.
Até penso que a maioria das mães não tem consciência da gravidade do ato que cometem. Enquanto não nasce, muitas não tratam o feto, mesmo nos últimos meses de gestação, como um filho, um ser vivo, mas como se fosse um órgão do seu próprio corpo e o aborto como se fosse uma cirurgia para remoção do ovário doente ou outro órgão.
Tem até aquela história da mãe que chega ao consultório com gravidez em estágio avançado e diz ao médico que quer abortar. O médico entrega uma arma à mãe e pergunta se não prefere matar a filha pequena que carrega no colo, pois seria mais fácil e menos arriscado. A mãe reage horrorizada e pergunta se o médico não está louco. Ele responde que é isso que ela irá fazer com o filho que está na barriga. A única diferença é que ainda não conhece.
Dito isso, acho que muito mais importante que leis proibindo, que pastores e padres escomungando, é fazer uma campanha de esclarecimento, principalmente com as mulheres. Tenho certeza que reduziria a matança em pelo menos 80% a matança.
Quanto às eleições, no primeiro turno votei na Marina, como forma de protesto por algumas coisas que não concordo no atual governo, e votarei na Dilma no segundo, por tudo que foi feito pelo povo nos últimos oito anos e quero que continue evoluindo. E por tudo que o pessoal do Serra não fez pelos probres em dezenas de anos, quando governou para os ricos.
Quanto à questão do aborto, não vejo muita diferença entre Dilma e Serra, mas, certamente, o risco de o aborto deslanchar é, na minha visão, muito maior com Serra, primeiro porque não cumpre nem promessa em cartório e segundo porque foi o político brasileiro que mais fez em favor do aborto, com a edição da tal norma técnica. Se fez isso como Ministro, o que não pode fazer como Presidente?
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